Vista aérea

Pela primeira vez, ao viajar para a Holanda, pude ver o país das alturas. Todas as outras vezes, quando estava prestes a aterrissar por aqui, o tempo estava encoberto e só conseguia ver nuvens cinzas. Então aproveito que estou na janelinha para curtir a paisagem.

Este país tem uma beleza singular. Grande parte da paisagem se resume a muita água, diques e um verde “organizado” e plano.

Como grande parte do que é terra hoje, um dia foi água, significa que muitas daquelas graminhas que formam os pôlders e arvorezinhas dos bosques não estão ali de maneira natural, foram plantadas por alguém um dia. De tão simétricos, os arroios parecem que foram até desenhados.

De repente penso que estou vendo fumaça e a minha visão de país perfeito vai perdendo a altitude. Infelizmente, o ar da Holanda é um dos mais poluídos do mundo.

Ao voarmos mais baixo, observo os jardins internos dos blocos de edifícios. Normalmente, quem mora no térreo, ainda que na superpopulosa Amsterdã, pode desfrutar de um espaço desses, quer para se dedicar à jardinagem ou juntar os amigos para um churrasco.

Nenhum dos mais de mil moinhos de vento ainda em atividade no país está no meu raio de visão. Mas vejo vaquinhas e as famosas estufas para flores, que dão emprego para muitos imigrantes.

Cada vez mais próximo do solo, os carros vão crescendo, as placas de sinalização azuis com letras brancas também. Tocamos o chão.

O aeroporto de Schiphol fica a 4,5 metros abaixo do nível do mar. E embaixo da pista de pouso, mais carros passando. Isso que é aproveitar bem o espaço e confiar nas construções de pista de pouso e decolagem!

ps: escrevi esse quando me mudei para a Holanda