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Posts Tagged ‘verão’

O Jardim da Paz

Numa bela tarde de verão, pedalava tranquilamente pela ilha de Schiermonnikoog e explorava ciclovias que não conhecia.

Já estava bem afastada da vila quando algo me chamou a atenção.À esqueda da ciclovia que pedalava li a palavra Vredenhof numa placa. “Vrede – paz, Hof – jardim”, traduzi mentalmente.

E imaginei um jardim gramado. Também ouvi o barulho de uma pequena queda d’água, um laguinho, uma imagem de Buda ou Shiva, um poster de Gandhi. Em uma área mais afastada, em baixo de algumas árvores, imaginei pessoas praticando tai-chi-chuan ou yoga e vi ainda banquinhos para aqueles que quisessem contemplar a paisagem ou meditar.

Com todos esses clichês na minha cabeça decidi virar à esquerda e ver onde a estradinha de cascalhos ia me levar. E era realmente um lugar silencioso, não exatamente como eu imaginava…

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A despedida dos festivais de verão

Chegamos ao NDSM-werf por volta das oito da noite. Enquanto fui buscar um chá e um café-com-leite, Nina puxou duas cadeiras para sentarmos em volta da fogueira. Estávamos à beira do Het IJ.

A brisa outonal nos levou para o outro lado do Noorderlicht, afastado do rio, sob o céu claro e a lua cheia. Sentamos nas cadeiras de praia do Pluk de nacht festival, em torno de outra fogueira.

Três garotas mantinham, literalmente, o fogo aceso. Nos unimos a elas. Mais tarde, um outro visitante do festival se juntou ao grupo das que buscavam calor. Ele trouxe consigo uma taça e uma garrafa de champanha. Comentou ter assistido outros filmes do festival naquele local.

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Cinema sem teto é de graça

O Pluk de nacht, um festival de cinema de Amsterdã, acontece num local que poderia muito bem ser cenário de um filme.

Ao fundo, o Het IJ, o rio que corre atrás da estação central de trens. Trailers antigos e contâiners funcionam como bar, cozinha, banheiros e outras instalações.

A telona também é pregada em um contâiner. Caso chova, o filme é exibido dentro de um galpão, o qual todas as noites, após a exibição do filme, transforma-se em discoteca.

pluk de nacht

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I’m sitting in the rain…

Parodiando Arthur Freed, talvez essa seria a música que o público do teatro ao ar livre estivesse cantando na noite que estreiei como voluntária no Amsterdamse Bos. Após o jantar coletivo, com artistas e voluntários, a coordenadora, Maria, caminhou conosco até o local onde deveriamos trabalhar.

Faltavam três horas para o espetáculo começar mas já havia público sentado na arquibancada. Caía uma chuva fina e algumas pessoas faziam um piquenique, não sem abrir os guarda-chuvas.

Minha missão consistia em oferecer as mantas, assentos fofinhos e spray anti-insetos para o público, além de vender o programa da peça. O posto de trabalho não era coberto, mas as árvores gigantescas nos protegiam da chuva. O buienradar indicava que dentro de quinze minutos as gotinhas iriam cessar.

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Para crianças perdidas

06 - 08 - 2008 Comentários desligados

Traduzindo literalmente o que diz a placa da foto abaixo: local para guardar crianças. Em letras menores lê-se: para crianças perdidas.

Essa casinha fica na praia de Noordwijk e é mantida pelo corpo de bombeiros. Crianças encontradas pelos membros da brigada de resgate são levadas para lá. Depois procura-se os pais dos menores.

Na praia de Scheveningen, em Haia, há támbém pulseirinhas, disponíveis gratuitamente nos postos de resgates, de acordo com o Re.public. Escreve-se o nome e telefone de um dos pais ou responsável e prende-se no pulso da criança para facilitar o reencontro de ambos, caso se percam.

Memórias de férias em Terschelling

“Terschelling faz parte da província de Friesland?” – pergunta um turista.
“Não, é a província que faz parte de Terschelling”, responde o morador da ilha e condutor da carroça.

A vida em Terschelling pode ser simples como colher – e em seguida, comer – morangos e bagas frescas ou como sentar-se no jardim e observar a imensidão do céu numa noite sem estrelas e sentir o conforto no vazio do universo.

Caminhar pela natureza pode ser uma aventura:

* é voltar para casa com os pés pretos da lama do mar de Wadden ao caminhar perto do dique;
* é a tranqüilidade de andar horas pelas dunas, próximo ao mar;
* é o friozinho na barriga de não saber estar caminhando na direção certa e sequer encontrar alguém para confirmar o trajeto.

Ainda que a ilha seja relativamente pequena (674 km2) e que a população suba, de cinco para mais de vinte mil habitantes, durante o verão, é possível caminhar horas sem encontrar viv’alma.

Terschelling é também…
… assistir ao show de André Manuel en de Ketterse Fanfarre no Vijfpoort super lotado e, em seguida, olhar para o horizonte e ver um amplo pôlder iluminado apenas pela lua cheia…

… ou voltar ao mesmo café uma semana depois – desta vez quase vazio – e ser reconhecida pelo dono do bar… e ouvir Neil Young, Joy Division e outros do mesmo estilo…

…ou dançar ao som do velho rock’n roll a noite toda no Wrakkenmuseum (museu de quinquilharias encontradas em navios naufragados)…

… e beber e conversar com alguém que você nunca viu antes e chamá-lo pelo nome de um velho amigo e ele aceitar sem questionar…

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O assunto do momento

09 - 07 - 2008 Comentários desligados

Recesso escolar e parlamentar. A cidade está tranqüila, pouca gente no trabalho, tempos de pepino

Quando você vai de férias? Para onde você vai? E quanto tempo fica por lá?

Estas são as perguntas que mais ouço nesse início de julho. Ao entrar na padaria, na ótica, no pet shop ou em qualquer outro estabelecimento comercial, no trabalho ou entre amigos, as férias são o assunto momento.

Alguns vão para balneários holandeses, outros escolheram destinos europeus onde há mais garantia de sol, como a França, Espanha, Portugal e Itália. Neste ano, pessoas que eu conheço e que vão passar as férias em outros continentes optaram por Vietnã, Laos, Austrália, Peru, Costa Rica e Estados Unidos (Califórnia).

É verão e as temperaturas na Holanda estão amenas. E para quem fica no país, há muitas atividades ao ar livre programadas, com destaque aos festivais.

‘Tempos de pepino’

tempos de pepinoVerão é tempo de pepino na imprensa holandesa. No período de férias, o trabalho dos poucos jornalistas de rádio, TV ou impresso de plantão torna-se mais difícil.

Não há notícias, ou melhor, os entrevistados, em especial políticos e especialistas, também estão curtindo o bom clima. As informações sérias dão espaço para fatos que normalmente não mereceriam ser publicados.

O jornal nrc.next assume com bom humor que estamos em komkommertijd. Diariamente, publicam notinhas sem importância, ilustradas com um pepino. A nota abaixo está no jornal de 17.8.2007:

Casal chinês nomeia bebê de ‘@’
Um casal chinês quer que filho chame-se ‘@’, o sinal que é usado em endereços de e-mail. A informação foi dada por um funcionário de uma comissão do idioma em Pequim. Segundo o pai, o símbolo @ é pronunciado em chinês como a palavra inglesa ‘at’. Como a letra tônica é o t, soa como ‘ai ta’, o que em mandarim significa ‘gosto dele’. Em holandês, a criança seria chamada de ‘apenstaartje’ (rabo de macaco).

Tempo de pepino é notícia
Na semana passada, a capa do jornal Amsterdam Weekly era dedicada aos tempos de pepino. A matéria principal trazia também várias receitas com esta hortaliça da família das cucurbitáceas, além de exemplos do motivo da comparação do pepino com as notícias publicadas nesse período: um pepino pode durar uma semana na geladeira.

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Verão e espontaneidade

A vida por aqui pode ser tão simples e tranqüila no verão. Parece que a maioria dos amsterdameses prefere estar do lado de fora, curtindo as temperaturas mais amenas e o sol, quando o astro aparece.

As pessoas com quem convivo em Amsterdã, por exemplo, gostam de passar uma tarde no parque ou na praia.

Acredito que o fato de o bom tempo durar poucos dias (ou mesmo horas) faz com que ninguém se preocupe muito com a agenda: de um dia para o outro marca-se uma verdadeira festa.

piqueniquePiquenique no parque
De maneira espontânea, sem nenhuma pressão ou dever de contribuir, cada um leva uma comidinha ou bebida, forram-se panos na grama e pronto!

Há também quem faça churrascos no parque ou levem lanches, frutas, tomates, queijos, vinho (branco ou rosé), cerveja etc para passar o dia na praia!

Tão bom…

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Topless: porque sim? Porque não?

Nas praias holandesas, uma coisa que me surpreende positivamente é a liberdade de fazer topless. Seios de todos os tamanhos, formas ou idade andam descobertos. Sem o top, as mulheres jogam futebol na areia com os filhos, frescobol com o namorado ou andam tranqüilamente pela areia, o que dá uma certa igualdade entre os sexos.

praia

Andar sem o top é permitido e encarado com muita naturalidade na Holanda. Pelo que pude observar, não existe assédio masculino ou qualquer ameaça à mulher que o faça.

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